quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

"Tempos houve em que o meu demônio ria"

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Tempos houve em que o meu demônio ria,

E eu era uma luz em jardins soalheiros,

Tinha jogo e dança por companheiros

E o vinho do amor que me inebria

 

Tempos houve em que o meu demônio chorava,

E eu era uma luz em jardins de crueldade,

Tinha por companheira a humildade

Que a casa da pobreza iluminava

 

Hoje o meu demônio não ri nem chora,

Eu sou uma sombra num jardim perdido,

E o meu companheiro, pela morte enegrecido,

É o silêncio vazio de antes da aurora.

 

(Georg Trakl)


Fonte: http://www.gargantadaserpente.com/toca/poetas/georgtrakl.php

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