domingo, 30 de novembro de 2008

Palavras Cegas (da série 'escrita experimental')

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temjo qer defeuai cm te,uo oljai e cim i rec ladi incnnrtiso

(Essa frase acima sem sentido e com palavras incorretas é resultado da experiência e tentativa de digitar de olhos fechados e com o teclado invertido, essa é uma série chamada de ‘escrita experimental’, a frase seria : “Tenho que digitar um texto sem olhar e com o teclado invertido”).


A intenção da série 'escrita experimental' é essa, provocar as coisas mais incomuns que se pode tentar escrever e a maneira que se usa no momento.

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Correta e Séria

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... não sei o que percorre meu último neurônio
se é um impulso (D)e r(a)zão ou de irracionalidade
não tenho como te mostrar isso em pala(v)ras
não há mane(i)ra de te fazer sentir o (Que) se passa em m(i)m
tenho um vocabulá(r)io de palavras c(o)mplicadas e 'filosóficas'
mas nada disso consegue me tradu(z)ir
e(M) qu(a)l idioma isso seria possível?
em qual alfabeto as letras (c)ontribuiriam mais com min(ha) forma (d)e escrever?
p(o)is escrevo escrevo e não sei porque não consigo usar vírgulas.
Por que?(é junto ou separado esse 'porque' (e esse?) ).
Vou colocar o parênteses dentro dos parênteses: ( ( ) )
Se você enxerga meu nome está dentro deles.
Pronto talvez os símbolos sejam mais corretos pra esclarecer as coisas
... (reticências é uma pontuação muito abstrata e adoro usá-la) ...
Agora vamos deixar de brincadeira e começar a escrever da forma correta e séria ...
só que agora o texto vai acabar pois de 'correta e séria' minha escrita não têm nada...


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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Minha Geração

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MINHA GERAÇÃO


minha geração não gera nada
gera sim
filhos do descuido
da falta de educação sexual

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minha geração não diz nada
diz sim
'vai se fuder capitalismo'
e nem sabe que foder é um mercado supervalorizado

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minha geração não escreve nada
escreve sim
"tbm qero vc S2"
e conversa pouco ou quase nada

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minha geração não revoluciona nada
revoluciona sim
muda de estilo e revoluciona o mundo
da moda

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minha geração não faz história
faz história sim
estuda e decora ela
depois esquecem que os livros existem

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minha geração não luta por causas
luta sim
tem a galera do jiu-jitsu, do muai-tai, do judô
e sai todo mundo lutando

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minha geração não merece ser lembrada
merece sim
A geraçao que nasceu livre
mas nem percebeu esse detalhe.


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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Palavras Cronometradas (da série 'escrita experimental')

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Tenho um minuto pra escrever essa palavras, o que pode ser dito em tão pouco tempo, algo que valha a pena dizer, perdão se eerrei alguma palvar não ha tempo de corrigir assim como na vida voce esta na contagem dela e nao ha tempo pra revisar ou retornar e corrigi se vivieu com todas as letras corretas das palvar viver!

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Encontro

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Ela estava na parada de ônibus quando o carro do seu último cliente da noite parou.
- Não quer uma carona.
Ela olhou desconfiada, pensou se ele teria mais algum interesse além da carona em si.
- Vamos continuar? - ela sempre estava com o seu profissionalismo ativo.
Ele sorriu.
- Não, apenas uma carona sem interesses sexuais.
Ela riu e entrou no carro.
- Posso lhe deixar a um quarteirão da sua casa, pois sei que não vai me deixar te levar até lá.
Ela nada falou, apesar de jovem, ele tinha uma certa experiência em tais situações.
- Mas me diga, eu sei que não te dei prazer e nem ao menos cheguei perto de te dar um orgasmo, o que fizemos não foi vazio?
Olhou para ele com espanto, nunca antes haviam reclamado e muito menos feito uma pergunta tão rude.
- ... apenas dinheiro. - ela foi áspera.
- Sei como é...
- Sabe minha criança? - ela pensou ter atingido o jovem homem com a irônica pergunta.
- Sei, tenho 28 anos, fui garoto de programa dos 17 ao 27 e ganhei muito dinheiro, por isso resolvi ajudar minha irmã quando ela também resolveu tornar-se uma 'acompanhante' pra poder pagar a faculdade, pois ela estuda numa instituição filantrópica...
- Sei qual é... - os dois riram.
- Por isso quando digo que sei o que foi esta noite não estava brincando.
Ela apurou os ouvidos pronta pra escutar o rapaz, sabia que dali viriam boas e verdadeiras palavras.
- ... mas você não precisa se preocupar com minhas opiniões, pois eu conheço o outro lado da moeda. Sei que dentre as pessoas que mais entendem o quanto o sexo é importante são as pessoas que o tornaram uma profissão, não porque estão praticando todo dia, elas sabem que fazem amor fora desses cenários profissionais e é muito mais verdadeiro e prazeroso. No começo confundimos é claro, mas depois adquirimos habilidade pra diferenciar o 'sexo em série' do 'sexo em amor'.
Ela tentou compreender as últimas palavras, mas ele não foi tão claro.
- Sexo em série?
- É, quando nós colocamos o relógio, marcamos a hora e mandamos ver no trabalho carnal, sem nem mesmo sentir que estamos ali, diante de um outro ser humano. É o nosso momento produtivo, em que nossa fábrica que é o corpo produz o sexo enlatado e vendido. Como aqueles produtos todos iguaizinhos nas prateleiras dos supermercados. E nós sabemos o quanto o nosso mercado é super no mundo todo. Pena que não haja superioridade num ato tão vazio.
Ela sabia exatamente do que ele estava falando, olhou diretamente para a fisionomia dele e não piscou durante alguns minutos. Ele, dirigindo, continuava.
- Por isso eu amo fazer amor com garotas de programa, não na hora de trabalho delas é claro.
- E hoje? - ela perguntou sorrindo sentido que podiam ter essa descontração. Ele também riu e continuou.
- Hoje queria ter essa sensação novamente, E tive a sorte de lhe encontrar.
Ela, vivida e experiente, pensou que não se sentiria envergonhada diante de um jovem como ele, mas percebeu que ele tinha uma bela visão da vida que ela tinha.
- Obrigado.
Ele diminuiu ainda mais a velocidade do carro e olhou nos olhos dela.
- E tenho que lhe confessar, poucas hoje em dia tem tanta delicadeza quanto você. Deveria cobrar bem mais. - ele falou claramente, mas temeu que ela não aceitasse tão bem a piada.
- Então temos que nos acertar, pois se mereço... - ela não terminou a frase pois não conteu as gargalhadas.
- Saber seu nome seria pedir demais? - ele bem sabia que ela não se chamava Clarissa.
Ela o fitou mais uma vez sem piscar e exitou.
- Eu... eu...não...posso.
- Entendo, sei como é difícil deixar que saibam quem somos de verdade. Eu mesmo nunca disse meu nome pra nenhum deles ou delas.
-...
Ela permaneceu calada e ficou pensando no que dizer, então se viu ansiosa diante de um homem, algo que há um bom tempo não acontece. A ansiedade transpirou nas mãos e ela não suportou:
- Não precisa parar um quarteirão antes da minha casa, hoje posso te mostrar um pouco de mim mesmo. - ela ficou encabulada com a própria atitude, mas sentiu-se bem em ter esse momento tão comum em sua vida, pois durante um bom tempo ela sempre voltou pra casa sozinha e agora um homem gentil e amável a acompanhava. Ela sorriu com a alma e pode realmente sentir que sua vida não era tão terrível quanto diziam aqueles preconceituosos que um dia ela chamou de amigos.