terça-feira, 21 de abril de 2009

Sensualismo(com doses de Irracionalismo)

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Estou muito confuso na maneira de começar o texto que vai explicar porque prefiro o sensualismo, mas bem que eu poderia dizer ‘prefiro porque prefiro e pronto’ e acabar agora, mas estou com vontade de explicar hoje porque não sei o dia de amanhã, ora bolas eu sou um mortal e sabemos bem que isso significa ‘um possível fim a qualquer momento’, mas encaro essa ‘finitude’ como uma provocação, é como se ela dissesse pra mim ‘explica logo essa porra de Sensualismo Davi”.

Pois bem, para começar tenho que lhe explicar que tenho sensações não tão comuns, meus sentidos já conheceram o desregramento total e irrestrito, já senti sede com os olhos, fome com os ouvidos, já cheirei com as mãos e pele, já vi com a língua e até toquei com a mente. Depois disso imagino porque ter regras para os sentidos, que são a base do Sensualismo que de acordo com um ‘pai dos burros’ de filosofia é: A atitude que consiste em atribuir uma importância excessiva aos prazeres do sentido.
PRAZERES. PRAZERES. PRAZERES. Adoro essa palavra, mas deixando o lapso de lado, vamos nos concentrar no sentido pejorativo que o ‘ismo’ dá ao termo. O ‘ismo’ nos mostra que ‘sensualismo’ é algo condenável, que a filosofia ou qualquer outra forma de conhecer as coisas não se dá apenas pelos sentidos, mas por faculdades intelectivas mais confiáveis (platônica forma de pensar).

Só que a minha explicação não será uma enfadonha análise do enfadonho pensamento filosófico de Platão (apesar disso ele é importante), aqui vamos tratar diretamente da minha preferência, e boa parte dela está ligada ao texto anterior, pois nele está a figura imagética e estilizada de um intelectual de nossos tempos, roupas e aparências físicas definidas, apesar de muitos engravatados serem tão ridículos quanto. Porque o ‘intelectualismo’ não me atrai? Primeiro porque não tenho barba o suficiente pra fazer a ‘barbinha estilosa lá’, segundo, não preciso usar óculos (apesar de poder comprar um ‘pra leitura), minhas blusas não são tão ‘descoladas’,tem pouca estampa e vez ou outra pinto uma e mesmo. Aí se explica a minha imagem nada condizente com o ‘molde intelectual’. A questão do comportamento ‘enfezadinho’ eu não posso me eximir de tê-lo comigo de vez em quando, mas em mim é um mau-humor matinal que passa ao decorrer do dia. Tudo isso ainda não explicou o que prefiro no sensualismo, pois bem, vou ser breve. O intelectual na maioria dos casos se liga ao ascetismo e dá primazia ao seu conhecimento teórico, enquanto o sensualista na maioria dos casos está ligado ao hedonismo e dá primazia ao conhecimento prático. Eu sou hedonista e prático, mas quem é só isso é um completo idiota, ou o idiota sou eu em achar os outros idiotas, mas vamos lá.

Não sou plenamente sensualista, tenho faculdades intelectivas (os poderes da alma) que não dispenso, como a razão, e com essa faculdade o meu devir poeta não concorda, mas quase todo ser humano é um poço de discordâncias. Bem pouco tenho de intelectual mesmo, naquele sentido de se ‘fazer presente como tal’, me abstenho muitas vezes de discorrer sobre temas filosóficos, literários e das outras artes, pois elas são assuntos mais para meus sentidos, esse é o primeiro momento, o momento estético. Primeiro eu sinto, empatizo, me afeiçôo, uso os sentidos para ter o primeiro contato com a maioria das coisas para depois pensar sobre elas, essa é a lógica empirista, das experiências ( essa redundância foi necessária). O texto parece estar no meio não é? Mas tenho que informar que ele acabou, pois tanta coisa estou pensando agora que todas as linhas seguintes seriam incompreensíveis e impossíveis de se encaixarem no contexto, pois estou com vontade de ir beber um poema com meus dedos e escutar um beijo com minha língua e no fim ter um orgasmo com minha pele.
Eis minhas palavras, quem dera eu pudesse fazê-las ter cheiro, tactibilidade, áudio, e quem sabe gosto, mas estamos compartilhando um estéril mundo virtual e não podemos (ainda) transcender tal realidade. Vá em paz, mas volte na guerra, pois espero seu comentário como a flecha de Eros embebida no prazeroso vinho de Dioniso.

(Depois de ler percebi a má estruturação textual, mas eu pergunto: e daí?).
(Minha razão pede para corrigi-lo depois e eu ‘irraciocino’: O beijo amarelo demora mais que o verde).


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quinta-feira, 9 de abril de 2009

Intelectualismo vs. Sensualismo.

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Chapeuzinho, barbinha, camisa estampada indiana ou ‘retrô’, óculos com armação ‘intelectual’, um olhar de desdém. O que é preciso pra ser um ‘moderninho’? ler Rilke, Freud, Nietzche, Marx, ter uma camisa do Che (em vez de suas idéias e agir de acordo com elas). Amar de paixão, música, pintura, escultura, literatura, poesia, teatro, dança, cinema, fotografia, arquitetura, brancura, verdura, pichação, atadura, respirar, andar, mastigar, ou seja, amar todas essas grandes artes, amá-las de paixão, ou melhor: “Tipo... amá-las de paixão mesmo cara!”. Violãzinho, pulseirinha, cordãzinho, Buda, yôga, kama sutra, ideograma, relação aberta. Quem colocou na prateleira do supermercado o ‘super-moderninho-intelectual-enfezadinho’? Beat, beatnik, beta, bi, tri, tetra, penta, hexa-sexual. Conversas enigmáticas, quase incomunicação, termos escabrosos, frases precisas, escolha técnica do discurso, oratória perfeita, opiniões, doxa, defesa ferrenha e intransigente e inflexível e imutável do ponto de vista, mesmo errado o intelectual-moderninho está certo, pois como eles costumam dizer: “Gênio é gênio e vice-e-versa”.

Por isso em vez de intelectualismo sou mais o sensualismo. (Maiores (e melhores) explicações no próximo texto).


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