sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Pensar não dói.

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... meu corpo dói. O pensamento é apenas este e todas as linhas teriam essa frase inicial, mas se elas continuam com outras palavras é porque consegui não deixar a dor me abater enquanto escrevo. O que posso dizer então enquanto todo os dedos doem ao escrever? Posso falar sobre falanges, mas reportaria a dedos e me lembraria das dores. Agora tenho que pensar em algo não-dolorido, mas o que não seria doloroso pensar agora? Mas esperem! Pensamentos doem? Que bom! Não sinto dor em pensar, apenas pensar. Começo a compreender realmente que o pensamento é invulnerável, claro, ele não é corpóreo, mas no campo dos pensamentos não há algo que o atinja? Penso e não acho um pensamento capaz de causar dor ao ato de pensar. Eis então o que procurava: um pedaço de invulnerabilidade nesse meu corpo mortal a mercê de todas as ameaças destrutíveis possíveis. Continua então o pensar e posso ir agora. Perdão pelo texto ser tão curto e dinâmico, mas meus pensamentos são mais rápidos do que a capacidade de capta-los em palavras.


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