quinta-feira, 15 de julho de 2010

Auto-retrato

Eu jogo o Jogo da Amarelina de Cortázar.
Eu padeço nos Paraísos Artificiais de Baudelaire.
Eu me excito com as Coxas de Roberto Piva.
Eu interpreto no Tearo do Bem e do Mal de Eduardo Galeano.
Eu choro A Morte de Ivan Ilitch de Tolstói.
Eu respondo o Livro das Perguntas de Neruda.
Eu navego na Jangada de Pedra de Saramago.
Eu dou risadas estrondosas da Divina Comédia de Dante.
Eu retribuo todas as Mensagens de Pessoa.
Eu tenho medo das Almas Mortas de Gógol.
Eu não condenaria Moll FLanders de Defoe.
Eu alegro a Memória de Minhas Putas Tristes de Márquez,
E não quero nunca ter Cem Anos de Solidão.
Eu plantei, no meu quintal, Palmeiras Selvagens de Faulkner.
Eu, ingenuamente, acreditei nas Mentiras que o Homens Contam de Veríssimo.
Eu pedi emprestada a máquina usada nos Ensaios Fotográficos de Manoel de Barros.
Eu xavequei a Lolita de Nabokov.
Eu dei estadia confortável para O EStrangeiro de Camus.
Eu não disperdiço o Sangue dos Outros de Simone de Beauvoir.
Eu, quando escrevo e trepo, não desisto das Ereções, Ejaculações e Exibicionismos de Bukowski.
Eu quero que, comigo, você Ame e dê Vexame de Roberto Freire.
Eu, muitas vezes, tenho as mesmas Tremulações Carnais de Donatien Auch.
Eu caio nos Estratagemas do Amor de Sade.
E escrevi este poema quando passei Uma Noite na Taverna de Álvares de Azevedo.

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2 Reações:

Pequena Poetiza disse...

adorei a idéia.

beijos sumido

Anônimo disse...

eu me retratei com o poema Auto-Retrato de D.Q.M