sexta-feira, 11 de junho de 2010

Fragmentos de alguma coisa

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Eu sou a solidão de um vírus em quarentena
Eu sou o câncer sendo atacado por toda a química do planeta
Eu sou a dor que brota nas raízes dos contratos
Os cientistas não percebem, ou não ligam, que o primeiro clone será um órfão
Triste chuva essa que cai em nosso século
O concreto está em extinção
Minha vida é um desfile de moda sem roupas
A Lua está nua e nos ilumina com sua vagina incandescente
Eu estou na linha de frente do exército da luxúria
Minha mão não sossega nem nas missas, nem nas assembléias
A Academia atrofia os músculos de nossa ousadia
Eu cuspo pra cima a saliva das absolutas teorias
Eu sou a medula não-compatível com a leucemia dos chefes de Estado
Eu sou um sentimento que a puta e o michê não querem vender
A Rua dos Prazeres não cruza com a Rua da Renúncia
Meu mapa do amor foi desenhado por uma criança que se chamava Bataille
O contrário de pomba da paz é vagina da guerra
As mulheres poderiam se apossar dos bancos de esperma e depois exterminar os homens da face da terra,
Depois poderiam permitir o nascimento só de mulheres
Eu sou a utopia abortada do ‘Poeta Sórdido’ de Bandeira
Meu cú disse não ao pênis da censura e do sistema
Ninguém fode com minha poesia
E ai daquele que assediá-la
Bataille é meu escudo
Piva é minha lança
Que venha a vitória
Que venha a derrota
Estou pronto para a Guerra.

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3 Reações:

Leandro Lourenço disse...

Posso ser o verdadeiro chato, que não entende nada, mas eu não consigo achar graça alguma nessa banda Cidadão Instigado. Acho que é uma mistureba que não leva a lugar algum, nem a reflexão.

Muito marketing.

Mas gostei do blog.

Anônimo disse...

estava lendo novamente seu poema quando olhei para a foto das duas mãos do lado esquerdo do blog, um círculo fechado, um cilo. Duas mãos que se ajudam, e se moldam. Primeiro pensei nos dois escritores que você citou, suas aramas, sua ajuda. E depois pensei em você e sua poesia, você a desenha e ela te segura.

Anônimo disse...

ciclo*