quarta-feira, 28 de outubro de 2009

"etctriano"

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“etctriano”


Começo a ficar tenso quando estou na fila do cinema, dentro do teatro, na universidade ou dentro de algum centro cultural e ouço algum sujeito dizer “kafkiano”, “hegeliano”, “sartriano”, “newtoniano”, “machadiano”, “shakesperiano”, “etctriano”.
Sei que algo na maneira como são ditas não se encaixam muito bem numa conversa coloquial. Essas coisas são a saturação de um “discurso acadêmico”. Das duas uma, ou o sujeito que diz um dos termos “ianos” sabe do que está falando, ou só quer trepar com a ‘pessoa’ com quem conversa. Disse ‘pessoa’ porque um sujeito pode muito bem querer trepar com outro sujeito, e uma “sujeita” com uma “sujeita”. E não direi “é assim no Século XXI”, pois todos os séculos tiveram homossexualismo. Mas, voltando ao assunto, vamos analisar a primeira possibilidade.

Sim, muitos sujeitos que dizem “Nieztchiniano”(esse é clássico) “Kafkiano” ou “Bergsoniano” sabem do que estão falando, mas o que fazem estes termos numa fila de cinema, ou dentro do teatro, ou numa caminhada pelo parque? O que há de errado em notar que o mundo não nos deu seu manual de instruções? O que há de errado em perceber que não há ‘item 69 do capítulo 23’ em que diz que “temos o bem ou o mal como escolha”? Que “Freudiano” não encerra o caso do comportamento dos seres-humanos. Tenho quase certeza que, quando abrirem sua cabeça e examinarem seu cérebro um dia, não vão achar ali escrito “id”, “ego” ou “super-ego”. Tudo bem, sei que são teorias abstratas; mas não se espante se por algum acaso aparecer um psicanalista afirmando que essas coisas estão dentro da sua cabeça e que você deve compreendê-las.

Concordemos nisto: não há tal manual, e isso de sair por aí descarregando termos com “iano” no final, me deixa tenso. Primeiro porque não entendo metade deles, e segundo porque a outra metade que entendo está sendo usada equivocadamente por alguns sujeitos e sujeitas. Se você quer impressionar a outra pessoa para transar com ela, apenas seja franco e não transforme a conversa num monólogo intelectual. Deixe isso
para quando estiver no banheiro, num simpósio ou outros desses rituais acadêmicos.
Bem; no banheiro aconselho uma masturbação mais literal, mas se prefere a masturbação mental então sinta-se à vontade.
Era isso o que eu tinha pra dizer, e perdão se fui escancaradamente “Bukowskiano”.
_____________________________________D.Q.M.

5 Reações:

Liliana disse...

onde costumo ouvir certos termos é na mesa do bar.. tem lugar menos propício para tal??
e ae.. topas umas cervejas etctrianas?

Tamára Roots disse...

fila de teatro,quase sempre tem alguém falando esses termos..não sei se fico tensa,na verdade fico mesmo é confusa por ñ conhecer.. Mas afirmo com ctz,usar esse termo ñ me ajudaria a me sentir atraida! rsrs

Beijos meu grande incentivador =)

P.S: Incentivador de bobagens! rsrs

Razek Seravhat disse...

Confesso que não comprendi o texto, vou relê-lo... Será que estou sendo esnobe? Cuidado para não generalizar. No mais, concordo com a Tamára, fugir não é salutar, mas neste caso é bem possível que eu fizesse o mesmo que ela, dependeria do meu humor.

Ternura Sempre!

Lia Araújo disse...

tô seguindo... bjos

AllanRoots ( Construção ) disse...

Creio que também não me cause tensão, mas muitas vezes por escutar alngs bobagens sinto vontade de rir, e rir é bom! : )

'Concordo ctg bakú, a glr avacalha mesmo.