domingo, 29 de junho de 2008

Aos Gênios.

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Gênio

Gênios. Quem define quem é ‘Gênio’? Alguém mais genial que ele? Ou alguém medíocre que, por se tão inferior, considera alguém um pouco mais ‘iluminado’ um gênio? ‘Gênio’ nos dicionários significa "indivíduo de extraordinária potência intelectual”, mas quem mede tal potência? Ora, é o próprio homem. Muito suspeita essa avaliação não acha?

E em que aspecto alguém é considerado gênio? Einstein, por exemplo, foi considerado genial por todos. Mas não podemos perder o senso crítico de que suas descobertas e pesquisas também trouxeram malefícios. Não preciso citar(mas é dever meu lembrar) o quão desastrosa foi a utilização de suas descobertas. Não estou aqui culpando Einstein, mas apenas observando de um outro ângulo o conceito que criamos de Gênio, pois ‘gênio’ na cultura antiga “era um espírito benéfico ou maléfico, que presidia o destino de cada um, das cidades e era responsável pelo desencadear de determinados fatos”. Então questiono, não foram determinantes para a destruição de Hiroshima e Nagasaki as descobertas de Einstein? Pois é, um gênio. Novamente ressalto que não culpo diretamente aquele bom homem(sua intenção não era tão maléfica), mas quero expor a idéia que a genialidade é um conceito a ser avaliado.

Qual a genialidade em se destruir milhares de vidas em tão pouco tempo? Não seria mais genial descobrir como sustentar e distribuir a produção de alimento com os milhares que não tem o que comer? Cadê o Gênio que não formulou essa idéia ainda? Será que em meio à 6 bilhões de seres humanos, um sequer, não tenha essa capacidade? Ou outros 6 bilhões devem nascer para termos alguma esperança? Desconfio que todo ser que nasce é um gênio, pois cada um é responsável pelo desencadear de seus fatos históricos. Claro que alguns gênios afetam os fatos em escalas diferentes. Alguns afetam em escala mundial, outros em escala local, mas até mesmo esse ‘gênio local’ desencadeia um fato dentro do mundo, pois faz parte dele. Então, quem não é um Gênio nesse mundo?

O que cabe aos seres humanos é escolher como utilizar essa ‘genialidade’, ou até não usá-la caso seja prejudicial, e conseqüentemente o fato de não usá-la ( se for prejudicial) seria uma idéia mais genial ainda. Não teria sido Einstein um gênio muito maior se resolvesse não ter revelado completamente suas idéias? Sei que é contra a iluminação do conhecimento negar o que se descobre aos outros. Como propagador de idéias me é avessa essa proposta, mas creio que aqueles que morreram em Hiroshima e Nagasaki, concordariam com ela. E quantos agradeceriam pela não invenção das diversas armas? Aqueles que já morreram por causa delas certamente nos diriam um "muito obrigado" se pudessem sair de suas covas.

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1 Reações:

Ramon Cavalcante disse...

Grande Bacú,

Não diria genialidade, não ousaria tanto, mas uma das maiores demonstrações de sabedoria (talvez eu esteja apenas usando um eufemismo, pra nao usar a palavra genialidade) é o não-agir, não-falar, não-escalrescer. É uma "ação" que requer muita precisão, desencadeia uma grande responsabilidade ("e se fosse meulhor eu ter feito aquilo?") e exige algo muito raro e pouco valorizado nos dias de hoje: experiência.

É uma boa discussão, a não ação deliberada, por ser melhor o não-fazer na ocasião.

Grande abraço,
Curti o espaço...

da uma olhada no
www.miudoscozidos.blogspot.com

Começei agora tambpem.